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Humanização no cuidado com o recém-nascido prematuro é foco de encontro

[Cadastrada em: 17/11/2022 por Elaine de Souza | ACI Famesp]

No dia 17/11, comemora-se o Dia Mundial da Prematuridade. A data integra o mês novembro roxo, campanha que conscientiza sobre cuidados e prevenção da prematuridade. No Brasil, nascem 350 mil bebês prematuros todo ano. Mais de 12% dos nascimentos no país acontecem antes da gestação completar 37 semanas, o dobro do índice de países europeus. E foi justamente para pensar nos cuidados com esses bebês e com suas famílias que o Dia Mundial da Prematuridade foi criado, em 2008, tornando-se um movimento intercontinental no qual organizações de mais de 100 países unem forças com atividades, eventos especiais e se comprometem com a ação para ajudar a abordar a questão. Em alusão à campanha, a Maternidade Santa Isabel reuniu sua equipe multiprofissional para refletir sobre a humanização no cuidado com o recém-nascido prematuro.  [Confira nossa galeria de imagens]


O evento contou com três palestras de profissionais da equipe multidisciplinar da Maternidade Santa Isabel, que abordaram desde a importância da estimulação precoce até as vantagens do chamado Método Canguru – uma estratégia de atenção humanizada ao recém-nascido e à sua família, que combina humanização e assistência com cuidados individualizados em todas as fases, da gestação ao acompanhamento ambulatorial após o parto.

 
A palestra de abertura, às 8h, trouxe a experiência da terapeuta ocupacional e doutora em Ciências da Reabilitação pelo HRAC-USP, Évelyn Raquel Benati, com a estimulação precoce e intervenção infantil. A profissional destacou a importância da atuação conjunta de uma equipe multiprofissional nos cuidados com os prematuros e deixou uma reflexão: “não há desenvolvimento cognitivo sem movimento”, daí a necessidade de estratégias de estimulação precoce.


A segunda participação no Encontro foi da enfermeira Ticiane Figueiredo de Lima Zuntini, pós-graduanda em UTI Neonatal e Pediátrica, com o tema Humanização no cuidado com o paciente prematuro. A profissional elencou as principais ações que integram a rotina humanizada com prematuros na unidade, como banho de ofurô; controle ambiental de luz e som, como a cobertura das incubadoras com tecidos para estimular a chamada “hora do soninho”; acomodação da incubadora em formato ninho para dar ao prematuro a sensação que ele tinha dentro do útero; uso da redinha para oferecer mais conforto lombar e tranquilidade ao bebê em períodos prolongados; estímulo à amamentação materna, entre outras.

O diretor administrativo da unidade, Adilson Zamarin, prestigiou o evento e reforçou o apoio da Diretoria a esse tipo de iniciativa que valoriza a equipe e os serviços prestados às gestantes e aos bebês  E a equipe multiprofissional marcou presença 


Pele a pele

E o ponto alto do evento ocorreu após a explanação da médica neonatologista Emília Paula Rodrigues Reis, professora na FMB/Unesp, que abordou o Método Canguru e suas vantagens. A médica, que também é diretora clínica da MSI, trouxe relatos em vídeos de mães e pais que vivenciaram medos e desafios de ter um bebê prematuro. A história de Clemilson, por exemplo, um bebê nascido com 860 gramas, emocionou a todos os presentes. O pai relatou que conheceu o Método Canguru na Maternidade Santa Isabel e praticou muito o contato pele a pele – posição em que o bebê fica junto ao corpo do pai ou da mãe, sentindo calor e afeto – e que Clemilson estava indo bem, desenvolvendo-se dia a dia. Até que o pai teve Covid-19 e, por segurança, ele e mãe precisaram ficar 14 dias sem visitar o bebê na Maternidade. “Naquele período ele regrediu e precisou até ser intubado”, relembra. “O caso é uma demonstração evidente da potência da participação da família no desenvolvimento dos prematuros, especialmente durante a internação”, destacou a médica.  

“Ofertar 1 ml de leite para um bebê na seringa pode ser rotina para um profissional que atua com neonatologia. Mas, para uma mãe, que é convidada por um profissional a participar desse momento de nutrição do pequenino filho, isso é registrado como memória de uma vida inteira. Como equipe, não podemos nos esquecer disso”, ressaltou o enfermeiro Joel Henrique Pires, supervisor de Enfermagem das Unidades Neonatais da Maternidade Santa Isabel.

Neonatologista do dia 17/11

A médica Roberta Garcia de Rosis Castilho, neonatologista que há nove anos atua na Maternidade e, hoje, coordena a Pediatria em Neonatologia do Hospital, comemorou a iniciativa desse encontro em alusão ao #NovembroRoxo e reafirmou o papel de cada profissional da equipe, além dos médicos, como fisioterapia, enfermagem, psicologia, serviço social, terapia ocupacional e demais profissionais de apoio. O que ela não sabia é que seria homenageada pelas colegas Raquel Chedid e Marina Cardoso, ao final do evento, por sua atuação e por uma incrível coincidência: o fato de ser a aniversariante do dia na mesma data em que se comemora o Dia Mundial da Neonatologia – área que abraçou como missão. (E.S.)

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